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Preços reduzidos para early adopters.

A Web Ainda Não Quer Agentes Agindo: A Fronteira Que Está Mudando

A web foi desenhada para humanos que decidem. Agora, agentes aprendem a executar ações em nosso nome. A autonomia se torna produto da intenção, não da atenção.

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A web ainda não quer agentes agindo
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Amigável para humanos, hostil para agentes autônomos
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A web ainda não quer agentes agindo. Amigável para humanos, hostil para eles. Mas essa fronteira está mudando rapidamente, guiada por uma nova economia de agentes digitais que começam a testar os limites da automação. O gesto de pagar está mudando. A confiança está mudando de lugar.

A Web Desenhada Para Humanos Que Decidem

A web foi desenhada para humanos que digam e decidam. Cada clique é voto de confiança. Cada compra exige presença. Cada transação demanda atenção humana vigilante.

Mas aos poucos se torna um ecossistema onde inteligências aprendem a executar ações em nome das pessoas. Não substituindo a decisão, mas implementando-a. Não roubando agência, mas multiplicando-a.

O Território Hostil aos Autômatos

Por décadas, a web construiu barreiras contra automação:

  • CAPTCHAs que distinguem humano de máquina
  • Rate limits que bloqueiam requisições repetitivas
  • Autenticações multifator que exigem presença física
  • Termos de serviço que proíbem bots e scrapers

Essa hostilidade não é paranoia - é design intencional. A web comercial depende de atenção humana capturável, não de execução eficiente. Cada fricção é oportunidade de vender. Cada decisão é momento de interceptar.

Hostil para autômatos que tentam agir. Mas essa fronteira está mudando rapidamente, guiada por uma nova economia de agentes digitais que começam a testar os limites da automação.

A Economia dos Agentes Emergente

Agentes não leem por curiosidade. Eles operam por função. Executam tarefas, negociam pagamentos, acessam APIs. A Mysten Labs chama esse fenômeno de "economia dos agentes", um estágio emergente da automação onde o código começa a agir com autonomia.

O Agentic Payments Standard

A Mysten Labs aposta em infraestrutura aberta e interoperável para tornar isso seguro. Em parceria com o Google, criou o Agentic Payments Standard, que permite:

Múltiplas transações entre agentes em um único movimento atômico de menos de 400 milissegundos (Mysten Labs, 2024).

Não é velocidade por velocidade. É atomicidade - todas as operações acontecem ou nenhuma acontece. É confiabilidade em escala, permitindo que agentes negociem complexidades sem supervisão constante.

Como Funciona na Prática

Esses agentes não leem por curiosidade. Eles:

  1. Executam tarefas - Compras, agendamentos, buscas, filtragens
  2. Negociam pagamentos - Dentro de limites predefinidos
  3. Acessam APIs - Com credenciais delegadas e permissões granulares
  4. Reportam resultados - Rastreabilidade completa de ações

O código se torna expressão prática de vontade humana, desafiando layers de complexidade e provendo acesso sem fricção desnecessária.

O Gesto de Pagar Está Mudando

Quando o pagamento vira código, a confiança deixa de ser emoção e passa a ser lógica. Contratos programáveis substituem a ação manual e transformam a decisão em sintaxe verificável, eficiente e econômica.

De Emoção para Lógica

Tradicionalmente, pagar envolve:

  • Confiança interpessoal - Acreditar que o vendedor entregará
  • Fricção deliberada - Confirmar, revisar, aprovar
  • Risco de arrependimento - A transação é irreversível

Com agentes e smart contracts:

  • Confiança algorítmica - Código auditável garante execução
  • Eficiência máxima - Decisão e execução colapsam em um só ato
  • Reversibilidade programada - Condições podem desfazer transações

Não é desconfiança humana diminuindo. É confiança sendo codificada em infraestrutura.

Contratos Programáveis Como Nova Interface

Contratos programáveis substituem ação manual:

  • Se X acontecer → executar Y
  • Se condições não forem atendidas → reverter
  • Se prazo expirar → liberar fundos automaticamente

A decisão se transforma em sintaxe verificável, eficiente e econômica. O que antes exigia intermediários agora é protocolo.

Protocolos, Não Vitrines

Nesse novo comércio, não há vitrines, há protocolos. Usuários definem regras e limites, seus agentes caçam e executam com precisão. A autonomia se torna produto da intenção, não da atenção.

A Inversão do Modelo de Atenção

Na web tradicional:

  • Vitrines competem por atenção
  • Você navega, compara, decide, clica
  • Cada passo é oportunidade de desistência ou interceptação

Na web dos agentes:

  • Você define intenção: "compre café quando preço cair 15%"
  • Seu agente monitora, negocia, executa
  • Você recebe notificação: tarefa concluída

A autonomia produto da intenção, não da atenção. Você não precisa estar presente para que sua vontade seja implementada.

Usuários Como Arquitetos de Comportamento

Usuários definem:

  • Regras - Condições para ação
  • Limites - Tetos de gasto, tipos permitidos
  • Preferências - Fornecedores, qualidade, timing

Agentes caçam e executam com precisão, respeitando esses parâmetros. É delegação, não abdicação.

A Confiança Muda de Lugar

O blockchain Sui é o motor dessa arquitetura. Processa transações rápidas em stablecoins e garante rastreabilidade e reversibilidade dentro de contratos auditáveis.

Blockchain Como Camada de Verdade

Sui oferece:

  • Transações rápidas - Latência sub-segundo
  • Stablecoins nativos - Previsibilidade de valor
  • Rastreabilidade - Auditoria completa de histórico
  • Reversibilidade programada - Contratos podem incluir cláusulas de desfazimento

Não é apenas dinheiro movendo-se rapidamente. É confiança distribuída operando em velocidade de software.

Zero-Knowledge Proofs e Privacidade Funcional

Identidades criptográficas e zero-knowledge proofs tornam possível agir com privacidade. Agentes revelam apenas o necessário, preservando autonomia e integridade de cada contexto.

Você pode provar:

  • Que tem fundos suficientes (sem revelar quanto)
  • Que tem autorização (sem revelar identidade completa)
  • Que cumpre requisitos (sem expor dados sensíveis)

É privacidade funcional, não obstrutiva. Protege sem paralisar.

O Futuro Já Começa a Ser Testado

Startups delegam microcompras e reembolsos automáticos a agentes com limite diário de 5% da wallet (Messari, 2024). Também sendo usado no mercado de ações, trading, lending e outras transações financeiras avançadas.

Casos de Uso Reais

1. Microcompras Corporativas

  • Agentes compram licenças, APIs, serviços sob demanda
  • Limite diário impede abusos
  • Auditoria completa para compliance

2. Reembolsos Automáticos

  • Se serviço falha, contrato executa reembolso
  • Sem tickets de suporte
  • Sem aprovação humana manual

3. Trading e DeFi

  • Agentes executam arbitragem em millisegundos
  • Rebalanceamento de portfolio automático
  • Lending condicional baseado em volatilidade

O código se torna expressão prática de vontade humana, desafiando layers de complexidade e provendo acesso.

O Risco Não É a Automação

O risco não é a automação. É a captura da infraestrutura por poucos. Se o código for fechado, a liberdade digital se torna apenas uma promessa distante, e as compras podem seguir uma agenda centralizada.

O Perigo da Centralização

Se infraestrutura de agentes for controlada por:

  • Poucos provedores - Monopólio de execução
  • Código fechado - Impossibilidade de auditoria
  • Protocolos proprietários - Lock-in e extração de valor

Então a "autonomia" vira ilusão. Seus agentes servem não você, mas quem controla a plataforma.

A Alternativa: Padrão Aberto

A alternativa é o padrão aberto, onde cada agente prova não apenas quem é, mas em nome de quem age.

Características do padrão aberto:

  • Código auditável - Qualquer um pode verificar comportamento
  • Protocolos interoperáveis - Agentes de diferentes plataformas conversam
  • Identidade verificável - Criptografia garante autenticidade
  • Agência clara - Sempre rastreável a quem o agente representa

Não é apenas tecnicamente superior. É politicamente necessário.

Essa É a Nova Confiança Distribuída

A web dos agentes não substituirá humanos. Ela ampliará nossa capacidade de agir na guerra da atenção, delegando tarefas para que o pensamento volte ao que é humano.

Amplificação, Não Substituição

Agentes não substituem decisão humana - implementam-na:

  • Você decide o quê e sob quais condições
  • Agente decide quando e como executar
  • Você mantém veto final e auditoria completa

É multiplicação de agência, não abdição dela.

Libertação da Guerra de Atenção

A economia atual nos força a:

  • Monitorar preços constantemente
  • Comparar ofertas manualmente
  • Estar presente para não perder oportunidades
  • Lutar contra FOMO e manipulação

Com agentes:

  • Definimos intenção uma vez
  • Delegamos vigilância ao código
  • Recuperamos atenção para o que importa
  • Deixamos de ser reféns do timing perfeito

O poder da "vontade" não deve ser substimado. Esse é apenas humano.

O Desafio: Código Como Servo, Não Senhor

O desafio é garantir que o código continue servo da vontade e não seu senhor. Que autonomia programável expanda liberdade real, não apenas eficiência algorítmica.

Princípios Para Manter Agência Humana

  1. Transparência obrigatória - Código deve ser auditável
  2. Revogabilidade a qualquer momento - Nenhuma delegação permanente
  3. Limites claros e ajustáveis - Usuário define teto de ação
  4. Auditoria acessível - Histórico legível de todas as ações
  5. Interoperabilidade - Evitar lock-in em plataforma única

Autonomia Como Produto da Intenção

A promessa não é:

  • ❌ Algoritmos decidindo por você
  • ❌ Automação que você não entende
  • ❌ Eficiência que corrói controle

A promessa é:

  • ✅ Suas intenções executadas fielmente
  • ✅ Sua atenção liberada para o que importa
  • ✅ Sua agência multiplicada por código confiável

Autonomia como produto da intenção, não da atenção.

A Fronteira Está Mudando

A web ainda resiste a agentes autônomos. Mas essa resistência está ruindo, substituída por protocolos que viabilizam confiança distribuída em velocidade de software.

O futuro não é humanos ou agentes. É humanos com agentes - código como extensão de vontade, não como substituto de pensamento.

A pergunta não é se a web dos agentes chegará. É quem controlará sua infraestrutura quando ela chegar. Código aberto ou fechado. Protocolos interoperáveis ou jardins murados. Autonomia real ou simulação de escolha.

A confiança mudou de lugar. Agora ela está no código. Resta garantir que o código permaneça servo, não senhor.


Reflita: Você delegaria decisões de compra a um agente digital? Com quais limites e salvaguardas? Quando foi a última vez que confiou em um sistema automatizado com seu dinheiro? Como garantir que o código permaneça servo, não senhor?

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